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CEILÂNDIA FORMANDO CAMPEÕES POR MEIO DA EDUCAÇÃO


Ceilândia formando campeões por meio da educação A dedicação e o esforço de professores voluntários têm feito diferença na vida de estudantes de famílias de baixa renda no Distrito Federal. No Centro de Ensino Médio 09 de Ceilândia (CEM 09), o projeto Matemática Todo Dia garantiu destaque à instituição em 2012, quando foi premiada na 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), pelo desempenho de seus participantes nas duas fases de provas. O projeto foi criado especialmente para preparar alunos e professores para a Obmep. Na quarta-feira (19), a presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, participam da cerimônia de entrega das medalhas de ouro da edição 2012. CEM 09 No ano passado, 15 alunos do CEM 09 conquistaram menções honrosas, e o estudante Paulo Victor Reis Moreira obteve a medalha de bronze na olimpíada. É também da instituição a professora Paula Reiko, uma das contempladas entre os docentes que se destacaram pelo envolvimento com a competição. A coordenadora e idealizadora do Matemática Todo Dia, a professora Alessandra Lisboa – que faz parte da equipe de voluntários, junto com o professor de Matemática Marcos Paulo Barbosa, do Colégio Militar D. Pedro II - conta que a iniciativa começou em 2007, quando ambos decidiram promover um treinamento específico dos selecionados para a segunda fase da Obmep. Alessandra e Marcos, ex-alunos da instituição, propuseram que a atividade fosse realizada em horário diferente ao das aulas regulares. Para atender a alunos dos dois turnos (matutino e vespertino) a preparação passou a ser feita à noite, uma vez por semana. O resultado já pode ser sentido na primeira participação, em 2007. “Mesmo sem material adequado, tivemos seis premiados com menções honrosas na olimpíada”, relembra a professora. Universidade Em 2008, contentes com o sucesso da iniciativa, os professores passaram a adotar novas estratégias pedagógicas, com a utilização de jogos voltados para o ensino da matemática, resolução de provas e trabalho em equipe. “Além da motivação para a Obmep, isso também se refletiu no desempenho em sala de aula, e começamos a ter os primeiros aprovados na Universidade de Brasília (UnB). Então passamos a encorajar os alunos a tentar cursos da área de exatas”, relata Alessandra. Em 2009, veio a primeira medalha de bronze, do estudante Yuri Rocha, que depois passou para o curso de engenharia mecatrônica na UnB. Hudson Alves, que participou do Matemática Todo Dia por três anos, conquistou a medalha de prata e foi aprovado para Física na mesma universidade. Por serem medalhistas, ambos passaram a participar de programas especiais da Obmep, como o Programa de Iniciação Científico e Mestrado (Picme). E os progressos continuaram. Entre 2010 e 2011, foram mais 23 premiados e veio a primeira aprovação de uma estudante da escola em um curso superior de Medicina: Isabel Oliveira, aprovada na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs). Motivados, Alessandra e Marcos também decidiram se capacitar e entraram para o mestrado em Educação na UnB. Escola de talentos A escola também passou a receber prêmios do Governo do Distrito Federal e ganhou até apelidos por causa da experiência: Escola de Talentos e Escola Olímpica. “Somos realmente apaixonados por talentos”, reforça Alessandra. Um dos talentos é Vinícius dos Anjos, premiado na Obmep em 2009 com menção honrosa. Aprovado para o curso de engenharia mecatrônica na UnB, o estudante conquistou uma vaga no programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e agora se prepara para estudar durante um ano na Austrália. Segundo a professora, o projeto tem contribuído não só para melhorar o desempenho dos alunos na olimpíada, mas também para facilitar o acesso a novas oportunidades. Dos cerca de 240 estudantes que passaram pelo Matemática Todo Dia, 61 foram premiados na Obmep, 30 estão na UnB e um no curso de medicina da Fepecs. Além disso, 16 participam de projetos de iniciação científica, muitos foram aprovados em concursos ou conseguiram bolsa integral em instituições privadas de educação superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). O que mais chama atenção, na avaliação da professora, é a vontade de ajudar, já que muitos alunos que passaram pelo projeto acabaram voltando à escola para capacitar novos colegas. “Conseguimos passar também a importância da solidariedade. O projeto está despertando no jovem esse sentimento de querer repassar o conhecimento para outra”. Texto: Denise Coelho – Ascom do MCT

Notícia publicada em: 16/07/2013